terça-feira, 26 de agosto de 2008


Talvez nada, nada que me digam, nada que me façam, faça com que alguma coisa na minha vida mude, com que algo tome um rumo diferente. Eu me sinto presa a algo invisível que é estranhamente bom, e absurdamente ruim. Eu consigo com meus pequenos olhos enxergar a bondade nessa coisa invisível, consigo sentir, e às vezes sentir prazer nessa felicidade que me proporciona, ao mesmo tempo em que o ruim me toma a vida, suga-a de minhas entranhas, suga tudo que eu tenho, digo até algumas vezes retirando o bem que fez.

O que essa coisa invisível é capaz? Até onde ela iria? Quais seus limites? Ela me amedronta e me conforta. Hoje me amedronta mais que ontem, e me conforta menos que antes de ontem. É duro sentir receio de algo assim. É duro saber que aquela coisa invisível está sempre te cercando, sempre te vigiando, vive te fazendo círculos.

Tenho medo de que me rodeie tanto que um dia me deixe apenas um pedaçinho de terra pra viver, e de tanto me cercar faça um buraco e cada vez mais desça, e eu morra. E eu suba sem ter como escapar, por me restar um pequeno pedaço de terra. E a coisa morra, por querer descansar e nunca conseguir e sempre ficar girando e girando, esperando que me veja, que possa me cercar mais uma vez, me tocar mais uma vez, me sentir mais uma vez, o que faz com que ela fique mais longe.

Eu e a coisa morreremos juntos. Ela pelo cansaço, eu por estar fadada a ser cercada, não poder sair e nem nunca agir.

Me diz como que faz pra que nós possamos seguir rumos onde não se busque apenas a morte.

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